carregando
logo

Artigo

BENTO XVI AOS CARDEAIS: "NÃO SE DEIXEM FASCINAR PELA LÓGICA DO PODER"

access_time chat_bubble_outlineReligião
FONTE

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa presidiu na manhã deste domingo, na Basílica de São Pedro, a missa para os novos cardeais que criou ontem. Bento XVI, que atravessou a nave central com a plataforma móvel, antes de dar início ao rito ouviu a saudação do novo Cardeal James Harvey, até poucos dias Prefeito da Casa Pontifícia. 

Animada pela capela musical Sistina, a missa teve a presença do colégio cardinalício, bispos, fiéis e delegações diplomáticas, especialmente dos países de origem dos novos purpurados. 

Saudando em nome de todos os novos cardeais, Dom Harvey afirmou, entre outras coisas, que “
a vida do Papa foi uma lição vivente de que a teologia mais profunda não é articulada na mesa, mas elaborada de joelhos”. “Ao aceitar o cardinalato – disse o novo cardeal estadunidense – nos comprometemos plenamente em ser agentes perseverantes e responsáveis pela Nova Evangelização”. 

Em sua homilia, na solenidade de Jesus Cristo Rei do universo e último domingo do Ano Litúrgico, o Papa recordou que a Igreja nos convida a dirigir o olhar ao futuro, ou melhor, em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo. 

Bento XVI adiantou que as três leituras do dia falam desse reino. No Evangelho de João, Jesus esclarece que o seu reino não pode ser confundido com qualquer reino político. Depois da multiplicação dos pães, o povo, entusiasmado com o milagre, queria fazê-Lo rei para derrubar o poder romano e estabelecer o tão esperado reino de Deus. “
Mas Jesus sabe que o reino de Deus é completamente diferente dos reinos terrenos; não se baseia nas armas e na violência”. 

O Papa advertiu que os cristãos não devem cair na tentação de desembainhar as espadas, como Pedro no momento da prisão de Jesus, no Getsêmani: 

Ele não quis ser defendido com as armas, mas cumprir a vontade do Pai até o fim e estabelecer o seu reino, não com as armas e a violência, mas com a aparente fragilidade do amor que dá a vida”. 

Refletindo sobre o encontro entre Pilatos e Jesus, o Papa frisou que o reino de Deus “è um reino de servidores”; e observou que um “um homem de poder”, como Pilatos, ficou surpreendido diante de um homem indefeso, frágil, humilhado como se apresentava Jesus. Pilatos não entendia um poder que não correspondesse à lógica do domínio e da força. 

Na primeira leitura, o profeta Daniel prediz o poder de um personagem misterioso colocado entre o céu e a terra, narra de um rei que domina de mar a mar até os confins da terra, com um poder absoluto, que nunca será destruído. "
O poder do verdadeiro Messias é o poder da verdade e do amor. É a realeza da verdade, a única que dá a todas as coisas a sua luz e grandeza” – explicou o Pontífice.

Na segunda leitura, o autor do Apocalipse afirma que nós também participamos na realeza de Cristo. Fica claro “
que se trata de um reino fundado na relação com Deus, com a verdade, e não de um reino político. Portanto, ser discípulos de Jesus significa não se deixar fascinar pela lógica mundana do poder, mas levar ao mundo a luz da verdade e do amor de Deus”. 

Concluindo, o Papa recordou a seus irmãos cardeais a responsabilidade que lhes é atribuída: “
dar testemunho do reino de Deus e da verdade; fazer sobressair sempre a prioridade de Deus e da sua vontade face aos interesses do mundo e dos seus poderes”. 
(CM)

Fonte: Radio Vaticano